Polícia prende quadrilha que extorquia provedores de internet e cobrava taxa de moradores do bairro do Ibura, no Recife
Delegado Alaumo Lima, da Delegacia do Jordão, fala sobre a operação “Free Provider” Uma operação da Polícia Civil, nomeada “Free Provider”, desart...

Delegado Alaumo Lima, da Delegacia do Jordão, fala sobre a operação “Free Provider” Uma operação da Polícia Civil, nomeada “Free Provider”, desarticulou uma organização criminosa que realizava extorsão no setor de internet no bairro de Ibura, na Zona Sul do Recife. De acordo com a corporação, moradores eram obrigados, com ameaças de morte, a pagar R$ 10 mensais ao grupo ou teriam os aparelhos provedores de internet danificados. Empresas que quisessem fornecer internet na área também eram extorquidas a pagar R$ 10 mil (veja vídeo acima). Além disso, as investigações da Polícia Civil identificaram que o grupo tinha como objetivo o monopólio de internet na área. O grupo atuava a partir de uma das pessoas que oferecia o serviço de internet na comunidade e arredores. De acordo com a polícia, a região é uma área estratégica por conta da densidade demográfica. Ainda não foi possível calcular os valores exatos manipulados pelo grupo, porque os pagamentos eram feitos em espécie. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE "Havia uma empresa que estava fazendo essa prestação de serviço lá e o dono dessa empresa, ele foi alvo da prisão preventiva nesta operação de repressão qualificada. Quando as pessoas não pagavam, eram ameaçadas de morte pelo grupo criminoso, bem como as empresas tinham seus aparelhos e apetrechos de fornecimento de internet danificados. E isso causou toda uma desordem não só social, mas também econômica", contou o delegado à frente do caso, Alaumo Lima, da Delegacia do Jordão, na Zona Sul do Recife. As investigações, que tiveram início em julho, começaram a partir da denúncia dos próprios moradores, que procuraram a Polícia Civil, para informar o que estava acontecendo na região. Na quarta-feira (3), dia que a operação foi realizada, foram cumpridos, ao todo, seis mandados de prisão preventiva, seis de busca e apreensão domiciliar e uma ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros, de cerca de R$ 100 mil. Um homem, suspeito de ser o líder do grupo, continua foragido. O grupo vai responder pelos crimes de milícia armada, associação ao tráfico, dano qualificado ao patrimônio (veja vídeo abaixo). Polícia Civil cumpre seis mandados de prisão preventiva na operação 'Free Provider' Ligação com o tráfico Ainda segundo a Polícia Civil, o grupo também tinha ligação com facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, que utilizavam o dinheiro para poder fortalecer a atuação. “Ao fato de capitalizar ele [o grupo] com esse dinheiro, tem a mercância da droga com mais polivalência porque está com mais dinheiro. O tráfico com mais dinheiro passa a comprar mais coisa, adquirir moto, adquirir carro e por aí vai", contou. O delegado explicou, ainda, que a quadrilha tinha funções divididas entre os integrantes, onde cada um atuava de forma individual, mas integrada dentro da organização criminosa. "Um era responsável por quebrar, outro era responsável por tirar os aparelhos e ocultar e outro era responsável para fazer o polo de ligação da facção criminosa com as pessoas que pagavam essa propina para o bando criminoso se fortalecer", contou. Delegado Paulo Gondim, gestor da Diretoria Integrada Metropolitana (DIM) e delegado Alaumo Lima, da Delegacia do Jordão Mariane Monteiro/g1 PE Prisão por tortura Durante o cumprimento dos mandados, uma mulher também foi presa em flagrante. Segundo a polícia, ela é companheira de um dos alvos, identificado como “Bob” e, posteriormente, como Robson. No imóvel onde vivia a família, foram encontradas três crianças em situação de vulnerabilidade, drogas, balança de precisão e materiais para embalagem. Diante das condições encontradas pela corporação na residência e o estado em que as crianças estavam, elas foram encaminhadas para exames no Instituto de Medicina Legal (IML) e entregues à avó materna. "Posto a conduta que eles praticaram, fora o tráfico de drogas, havia também a um cachorro, que estava há dias sem comer. E nessa miserabilidade eu registrei o boletim de ocorrência e dei voz de prisão, porque eles cometem nisso o crime de tortura", declarou. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias